Serenidade

Os Anjos chamam-lhe de alegria celeste,
Os Demónios chamam-lhe de sofrimento infernal,
Os Homens deram-lhe o nome de amor

É nestes momentos em particular
Quando estou mergulhado em dezenas de papéis amarrotados
Com rascunhos ilegíveis de pensamentos desordenados
Que a saudade se torna um amigo fiel mas deveras cruel.

Os meus olhos perdem-se no horizonte de uma fotografia
E as recordações ganham vida na extensão infinita do tempo
Resumindo-se aos instantes passados a teu lado
Onde a realidade se confunde com a mais doce fantasia.

Se de algum modo estas linhas que escrevo
Pudessem ensinar-te o caminho até ao meu coração
Repararias que ao longo de todo o percurso
O tecido da minha vida é transparente como a água de um rio
Desejando percorrer o seu destino até desaguar nos braços do mar.

Eu por sua vez desejo repousar nos braços do teu carinho.
Pois foi sempre neles que encontrei a serenidade suficiente
Para me sentir completo e extremamente feliz
Na simplicidade do teu ser respiro a manifestação do amor